Por que classificar

A biodiversidade é muito grande, para facilitar o estudo da Biologia, os biólogos dão nome às descobertas e descritas ordenando-as em grupo, segundo certos critérios. Esse trabalho, a classificação biológica ou sistemática, esta baseado nas semelhanças entre as espécies, que indica seus graus de parentescos e, portanto, suas origens evolutivas.

O botânico sueco Lineu (Karl Von Linné) publicou um trabalho, Systema Naturae, em 1735, no qual propôs a classificação dos seres vivos em grupos, hoje chamados táxons, que constituíam uma hierarquia, usando palavras latinas para designar os seres classificados, ou seja, as espécies ou “tipos” básicos. Nesse sistema de classificação havia dois grandes conjuntos (reino animal e reino vegetal), que incluíam grupos menores até a espécie, a unidade tipo padrão. Assim, um reino eram reunidos varias classes; numa classe, varias ordens; numa ordem, vários gêneros; num gênero, varias espécies. Fica claro que o único grupo natural é a espécie. Uma vez que os demais táxons dependem de critérios previamente determinados. O critério básico da classificação é Lineu era a semelhança anatômica entre os organismos, pois as espécies eram consideradas tipos padrões e imutáveis, conceito esse chamado de fixismo. Ainda não havia surgido a teoria da evolução biológica, hoje universalmente aceita, pelo menos no mundo científico.  

Lamarck (1809) e Darwin (1859), publicando suas teorias de evolução, foram os principais responsáveis pela grande mudança no pensamento biológico no século XIX. A evolução que considera as espécies como populações em constante modificações, é a base da classificação atual, que procura mostrar ainda as origens evolutivas dos grupos estudados. Em vez de serem “tipos” imutáveis, caracterizados apenas pela estrutura (anatomia) as espécies são hoje classificadas segundo diversos critérios como, por exemplo, fisiológicas, embriológicas, bioquímicas, genéticas,  ecológicas, os quais podem revelar mais corretamente seus parentescos naturais, evolutivas.

Hoje, os táxons, as categorias taxonômicas propostas por Lineu, ainda são mantidas e foram acrescentados mais dois: o filo e a família. A sequência ficou assim:

Reino

    Filo

       Classe

           Ordem

                Família

                     Gênero

                          Espécie

Nomenclatura Biológica

Sendo uma unidade de classificação, a espécie deve ter uma nomenclatura adequada, universal, que não deixa duvida entre os cientistas.

No seu sistema de classificação, Lineu usou a chamada Nomenclatura binomial ou binária, que designa a espécie com duas palavras latinas, escritas em itálico ou grifadas. A primeira palavra indica o gênero e tem a inicial maiúscula, a segunda tem a inicial minúscula e só indica a espécie quando procedida da palavra indicativa do gênero. Assim, por exemplo, Homo sapiens é o nome cientifico da espécie homem;  Coffea arábica é o nome cientifico da espécie café, este ultimo comum ou vulgar.

Se, após o nome da espécie aparecer uma terceira palavra, também com a inicial minúscula e em itálico ou grifada, esta sendo indicada a subespécie, grupo menor que a espécie. Por exemplo, Passer domésticos domesticus, Lineu 1758 indica o gênero, a espécie e a subespécie de passarinho de nome vulgar pardal, além do nome do biólogo que o descreveu e a data da publicação do trabalho.

Se num texto o nome científico da espécie foi citado, ele poderá ser abreviado com em P. domesticus; se usarmos a designação Passes sp, apenas o gênero esta determinado e não a espécie.

Observe que nenhum dos nomes científicos recebe acentuação.

Os sufixos-idae e inae indicam, respectivamente, família e subfamília quando acrescentados ao nome dos gêneros mais representativos.